Publicidade Online: Expectativa e Realidade

Proprietários de micro e pequenas empresas que investem em publicidade online sempre têm a expectativa de que começarão a fechar negócios rapidamente. Mas a realidade é bem diferente. Quando se contrata uma agência, o que vem rapidamente é a cobrança por resultados de vendas. Na ausência deles, a consequência mais comum é o cliente desistir e sair falando mal da agência.

Inicialmente, vamos considerar como exemplo uma campanha de anúncios de um produto eletrônico ou eletrodoméstico – televisor, celular, geladeira, micro-ondas – realizado para grandes empresas como Casas Bahia, Americanas ou Magazine Luiza.

Nesse caso, a chance de obter resultados de vendas rápidos com publicidade online é muito grande porque esses produtos são de consumo de massa, com grande demanda diária, sendo oferecidos a preços muito competitivos por empresas muito conhecidas pelos consumidores.

Pessoas fazendo buscas no Google por um eletrodoméstico estão muito interessadas e propensas a comprar o tal eletrodoméstico. Portanto, não há necessidade de esquentar públicos frios através de funis de conteúdos. Esse público já está quente. A decisão de compra levará em conta apenas fatores como preço, frete, opções de pagamento e experiência positiva no momento da compra.

Agora, vamos considerar como exemplo uma microempresa desconhecida pelos consumidores oferecendo produtos e serviços que não são de consumo de massa.

Nesse caso, já no primeiro contato, a agência deve esclarecer que o objetivo inicial nos primeiros meses é o de gerar reconhecimento para a marca do cliente, e não o de tentar vender algo imediatamente. A empresa precisa se tornar conhecida e esclarecer ao público qual problema seu produto ou serviço resolve.

Num segundo momento, a partir do estudo da jornada de compra do cliente e de vários outros fatores estratégicos, é necessário realizar funis de conteúdos cujo objetivo é:

1) chamar a atenção para o público iniciar a descoberta e o aprendizado sobre o problema;
2) despertar o interesse para o público reconhecer o problema e a existência da solução;
3) gerar o desejo para fazer o público considerar a possibilidade de compra do produto/serviço;
4) influenciar a ação para fazer o público tomar a decisão de compra.

Esse é o famoso conceito AIDA (Atenção Interesse Desejo Ação) e os 5 níveis de consciência

Inicialmente, a publicidade tem a função de fazer com que algo desconhecido – marca, produto, serviço, ideia, causa social, etc. – fique conhecido pelo público-alvo. Mesmo realizando funis de conteúdos criativos e estrategicamente corretos, não existe garantia de resultados de vendas no curto prazo.

As plataformas digitais de publicidade analisam os dados dos usuários através dos chamados algoritmos de inteligência artificial. Esses mecanismos necessitam de tempo para aprender sobre os interesses e os comportamentos dos usuários e, a partir desse aprendizado, gradativamente, passam a mostrar o conteúdo para o público que tem maior potencial de compra.

Não existe uma regra definida para se estabelecer o tempo mínimo de execução de uma estratégia de publicidade online. Mas nos últimos anos, vem se tornando uma prática comum em agências digitais estabelecer um prazo mínimo de 6 (seis) meses de contrato com um pacote de serviços que pode incluir site, blog, redes sociais, tráfego pago, marketing de conteúdo, inbound marketing, automação digital e muito mais.

De qualquer forma, tem que ficar claro para o cliente, desde o início e durante todo o desenrolar do trabalho, que a publicidade tem a função de conscientizar o público-alvo e tentar influenciá-lo na decisão de compra e que esse processo requer tempo e trabalho árduo.

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Regis Alvim Junot

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